Nos campos, bosques e jardins, as folhas caducas que caem ao pé das árvores durante o outono e inverno é bom que ali fiquem depositadas, adubando a terra até desaparecerem enquanto forma original, embora continuem existindo transformadas que são em alimento para as próprias árvores. Não há problema em deixar as folhas caídas sobre a relva dos campos, bosques e jardins. Na natureza, os galhos, secas folhas, flores e frutos que caem das árvores transformam-se em adubo para as plantas.
Mas quando cultivadas em vasos, inverte-se o efeito. O material em decomposição, além de dificultar a circulação de ar pelo solo, pode gerar o aparecimento de fungos que prejudicam as plantas.
Como as folhas, são os amigos. Os que em nós vivem como se em campos, bosques e jardins estivessem, quando de nós se afastam, como folhas que caem, por mais longe que possam ir, nunca deixam de alimentar ternamente nossas lembranças e saudades, transformam-se em adubo em nossas vidas, aquecendo-nos no outono e inverno...
Os que em nós vivem como se em vasos estivessem, são rasos, sem raízes profundas, limitados ao barro da cerâmica ou artificialismo do plástico ou putrefação da madeira ou fragilidade do vidro. Nessa condição de vasos findos... São, no instante em que em nossas vidas estão, mornos, tépidos, quando muito conseguem nas quentes estações... Quando para longe se vão, como folhas que caem, deixam de nos alimentar as lembranças, inexiste a saudade.
Assim, sempre que possível, remova as folhas secas sobre a terra dos vasos, amigos rasos, e remova também as que ainda não caíram dos galhos, mas cuja queda é iminente. Deixe o ar livre para os amigos que nos chegam como folhas que forram as relvas de campos, bosques e jardins. Estas jamais permitirão que fungos cubram de branco ou negro a colorida beleza que aviva nossos corações de verdadeiras AMIZADES.
Uma saudoso, caloroso e carinhoso abraço a todos meus lindíssimos amigos... aos que estão cá bem embaixo da árvore que sou, aos que o vento frio e forte levou para longe, aos que já mudaram sua forma e se transformaram em adubo etéreo, enfim, a todos os AMIGOS que em mim vivem como se em campos, bosques e jardins estivessem... Amo todos vocês.